Setenta países do planeta favorecem deliberadamente o analfabetismo feminino. A informação é da ONG Save the Children. Isso significa cerca de 200 milhões de meninas impedidas de freqüentar a escola. Na Etiópia e na Nigéria, três quartos das alunas são obrigadas a deixar a escola para dar lugar aos rapazes. E o pior: essa prática resulta na elevação dos índices de subnutrição, mortalidade infantil e propagação da aids. Em 2006, no Afeganistão, um diretor de escola foi decapitado diante da família por um grupo de homens armados. Seu crime: deu aulas a meninas.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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