Há no Pará duas matrizes econômicas. Uma delas é a matriz econômica de raiz, que decorre da simbiose da sociedade colonizadora com as populações tradicionais. É a matriz da economia cabocla, autosustentável e autoregulável. Essa matriz perdeu seu espaço nas últimas décadas para a outra matriz, a economia produtivista, que procura converter qualquer território, independente de sua experiência histórica, à lógica do grande capital. A matriz cabocla ocupa cerca de 65% do território paraense, o equivalente a uma área com cerca de 1,6 milhão de km2 e ocupa cerca de 2 milhões de paraenses. Ela precisa ser protegida, porque é a garantia de preservação da floresta e das populações que aí habitam, e por isso uma das grande dificuldades estruturais do Pará é controlar a expansão predatória da segunda matriz. Esta, ocupa uma área com cerca de 600 mil km2 e abriga 5,5 milhões de paraenses. Ela concentra a maioria dos problemas sociais e fundiários do estado.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...
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