Em quarto lugar, enfim, porque o Pará funcionou como um laboratório de políticas públicas equivocadas, tanto durante o regime militar como depois dele. Essas políticas públicas, com a (boa) intenção de incluir o estado na coerência produtiva da sociedade nacional brasileira, engendraram ou estimularam problemas que restam passivos a resolver, como as questões fundiária, ambiental e, também, o esgotamento do modelo convencional do processo produtivo. Atualmente é muito fácil atribuir essas situações à responsabilidade do governo estadual sem ter em mente que quase todas elas resultaram do autoritarismo do Governo Federal e de seus projetos de desenvolvimento, geralmente realizados à revelia da experiência concreta da sociedade local.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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