Os vários “planos de desenvolvimento regional” que se sucederam foram, na verdade, estratégias para o estabelecimento dessas condições infra-estruturais. Não tinham, portanto, nenhum compromisso com a internalização do desenvolvimento ou da renda e nem, tampouco, com a melhoria das condições de vida da população local. Os exemplos desses “planos de desenvolvimento” são vários. Já em 1945 o I Plano Qüinqüenal da Amazônia (I PQA), administrado pela recém criada Superintendência do plano de valorização econômica da Amazônia (SPVEA) – e que, na verdade, só seriam implementada em 1953 – diagnosticava que a integração da Amazônia ao Brasil não poderia se dar como um movimento “de fora para dentro” – ou seja, na direção região-centro – e que, assim, cabia-lhe a iniciativa de um projeto conseqüente, que envolvesse sistemas de transporte, fluxo migratório e, necessariamente, estabelecimento de zonas de produção agrícola – inicialmente voltadas para o abastecimento interno e, posteriormente, para a exportação e geração de divisas.
Esse projeto fracassou, esbarrado na falta de quadros técnicos especializados na região, mas seus princípios foram incorporados no “Plano de Metas” do governo Juscelino Kubitscheck, por meio do qual foram construídas as rodovias Belém-Brasília e Cuiabá-Porto Velho, marcos simbólicos dessa estratégia de integração e, também, dessa ideologia, que, gradualmente, se instituiu como um consenso nacional, alinhando todas as facções políticas e todos os espíritos em torno do mesmo projeto. O regime militar implementado em 1964 apenas reafirmou essa percepção, tornando a “integração” da Amazônia ao Brasil a prioridade nacional.
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