Quando dizemos que um outro mundo é possível, mote revolucionário do movimento altermundialista, queremos dizer que acreditamos na possibilidade de uma sociedade mais racional e justa, com mais respeito aos direitos humanos e às liberdades coletivas e comprometida com a sustentabilidade ambiental e social. Quando pensamos em tudo isso, estejamos ou não na Amazônia, tenhamos nascido nela ou não, estejamos aqui habitando, ou não, quase automaticamente pensamos nesse pedaço do planeta. Os que, como eu, são amazônidas – porque nasceram ou porque escolheram viver aqui – devemos confessar que, inclusive, o debate a respeito da Amazônia nos supera. Não porque não possamos fazê-lo, mas porque as expectativas do mundo inteiro, a respeito do lugar onde vivemos, é demasiado grande e diversa para que possamos participar, ativamente, de um debate tão ágil e tão repleto de mitos, idéias pré-concebidas, mentiras ainda que, também, por outro lado, tão cheio de dados, fontes e referências importantes e válidas para nos ajudar a compreender melhor esse mundo a nosso redor.
Gostaríamos de mostrar que, também, uma outra Amazônia é possível. Essa é a herança principal da edição do Fórum Social Mundial, realizado em Belém, há quase um ano. Neste blog tenho recolhido heranças à esquerda e indagado sobre discursos e práticas ideológicas que nos cercam. O objetivo é contribuir com o debate público, ajudando a formar opiniões e a construir posições coletivas.
Nós, amazônidas, precisamos dialogar, mas, sobretudo, precisamos participar do debate que se faz sobre a altermundialização e sobre a democracia trazendo nossa própria contribuição.
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