O núcleo fundamental dessa estratégia era o processo de redução da vulnerabilidade econômica brasileira em relação às potências estrangeiras, um movimento iniciado após a crise econômica de 1929 e constantemente, e ideologicamente, renovado. Essa estratégia teve os seguintes princípios gerais:
- Integração do território por meio da construção de uma malha de estradas;
- Superposição dos territórios estaduais pelos federais; numa estratégia pela qual o governo federal, através de decretos, se apropriou das terras devolutas estaduais, afim de, a um só tempo, diminuir a capacidade de organização das forças locais contra os projetos federais e viabilizar os projetos de colonização. Note-se, a propósito que só o estado do Pará perdeu 83 milhões de hectares, o equivalente a 66,5% de seu território, para o governo federal;
- A implementação de um sistema de subsídios ao fluxo de capital, ou seja, de mecanismos fiscais e creditícios que tiveram a missão de subsidiar o fluxo de capital do centro-sul brasileiro e do exterior para a Amazônia através de bancos oficiais, particularmente através do sistema Basa-Sudam;
- A indução de fluxos migratórios, com os quais se esperava diminuir a crescente reivindicação por uma reforma agrária – com o conseqüente rompimento dos latifúndios tradicionais brasileiros – e, ao mesmo tempo, povoar a Amazônia, aí gerando uma produção agrícola moderna e mão-de-obra para os projetos previstos.
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