O retorno à democracia não resultou em mudanças profundas no modelo tradicional de desenvolvimento da Amazônia. A mesma prática de “planos de desenvolvimento” e a mesma articulação entre elites nacionais e regionais em torno de sistemas de financiamento, modelos de produção e, demos acrescentar, concepção sobre o meio-ambiente, continuaram a funcionar, como demonstram o Projeto Calha Norte, o Programa de Áreas de Fronteira da Amazônia Ocidental (Profao), o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e o Projeto 2010, de ampliação da produção de energia hidrelétrica na região.
Uma inversão nessa lógica predatória, com a incorporação, aos modelos de planejamento, do paradigma da sustentabilidade ambiental e social, começou a ter lugar no final dos anos 1980, com o Programa de Defesa do Complexo de Ecossistemas da Amazônia Legal (Programa Nossa Natureza), mas é apenas recentemente, com o Plano Amazônia Sustentável (PAS), que tem lugar uma inversão do modelo.
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