Sim, necessariamente, porque se trata de uma disputa entre modelos de desenvolvimento. De um lado o modelo de desenvolvimento espoliador, presente desde o primeiro segundo da presença européia na Amazônia, um modelo perpetuado pelo estado brasileiro. De outro, um outro modelo de desenvolvimento, que acredita que um outro mundo é possível. Não é possível implementar, mesmo que parcialmente, esse outro modelo de desenvolvimento, se não for por meio de um projeto político de esquerda. Isso se deve ao fato de que as forças históricas que tradicionalmente governam a Amazônia são forças, como disse, espoliadoras, ou seja, interessadas exclusivamente no seu lucro, sem nenhum compromisso redistributivo, com a justiça social ou com a sustentablidade.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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