Julgo que é necessário que a esquerda produza, incessantemente, sua autocrítica. Sem negar a importância da ação política do Partido dos Trabalhadores, meu partido, penso que seria necessário avançar mais em certas conquistas sociais. Também penso que os rumos do PT, hoje em dia, tendem a reproduzir o modelo da social-democracia européia, e que esse não é o caminho ideal. Digo isso como exemplo e se o escrevo aqui é acreditando, sempre, que o debate de idéias é um debate de posições. Da mesma maneira, se utilizo o termo “esquerda” é para assinalar que devemos marcar posições, reconstruir territórios, advogar e administrar “heranças à esquerda” e não como mero passadismo. A esquerda sobre a qual falo é a do futuro mais que a do presente e, de jeito nenhum, a do passado. É uma esquerda a inventar.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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