Para compreender sinteticamente a problemática amazônica, podemos dizer que existem duas Amazônias no Brasil: a Oriental e a Ocidental. As figuras não são perfeitas, mas servem para uma aproximação. A Amazônia Oriental engloba o “arco do desenvolvimento”, que vai de Rondônia até o litoral atlântico da região; as zonas da colonizaçlão histórica, localizadas no Pará, Maranhão e Baixo Amazonas e, também, a área da rodovia Transamazônica, no Pará. Aqui estão a maior parte das áreas antropizadas do território. Mais que isso, aqui se deu o dramático processo de “brasilianização” da Amazônia, ou seja, a ocupação do território segundo a lógica da expansão do capital do centro-sul do Brasil, uma lógica devastatória que produziu, na região, um processo sem precedentes de destruição ambiental e corrosão social.
A Amazônia Ocidental, por sua vez, é um espaço razoavelmente preservado, cuja lógica de ocupação obedeceu a um outro modelo de ocupação, centrado numa ordem de planejamento que contou com insumos estatais para a concentração do espaço produtivo. Naturalmente que a Amazônia Ocidental, também ela, é uma zona de expansão do capital do centro-sul brasileiro, possuindo dinâmicas territoriais e populacionais críticas. Porém, em seu conjunto, expressa um projeto mais racional de desenvolvimento.
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