O Papa Bento XVI declarou ontem, nas cerimônias do Domingo de Ramos, na Praça de São Pedro, que a sua fé lhe dará a coragem para não se intimidar pelas críticas que lhe estão sendo feitas a propósito dos abusos sexuais cometidos por padres. É chocante. Um energúmeno, um pulha, um calhorda. O Papa é um homem comum. Se não lhe fará barulho, na consciência, isso que chama de fé, que façamo-lo nós, que ainda somos capazes de nos indignarmos com uma besta dessas.
 Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões:   Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa.       Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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