Referi-me, no post anterior, à desmontagem intelectual e física da TV Cultura de São Paulo. Sempre temos que lamentar um processo de desmontagem física de uma emissora. Nós, paraenses, temos a experiência desse processo, considerando o que vimos acontecer com a Fundação de Telecomunicações do Pará, a Funtelpa, quando seu sinal e sua estrutura de transmissão para grande parte do interior do Pará foi cedida (isso é maneira de dizer..., na verdade, como se sabe, tudo foi pior que isso) a um grupo privado de comunicação, as Organizações Rômulo Maiorana, ORM.
Porém, mesmo lamentando a desmontagem física de um canal de TV, penso que o mais lastimável de tudo é o processo de desmontagem intelectual da emissora. É o que começou a acontecer em São Paulo.
Desmontagem intelectual é quando se começa a substituir, por razões políticas ou econômicas – nesse caso, tanto faz – a mão-de-obra da emissora. Em geral são funcionários com experiência e altamente capacitados, além de terem, digamos assim, a memória técnica da emissora.
O resultado desse tipo de desmontagem é a desqualificação do conteúdo.
Assinalo isso porque comunicação, apesar de tudo, apesar dos discursos modernosos a respeito da técnica, é, principalmente, conteúdo. Mas o assinalo, também, porque também nossa TV Cultura, e a Funtelpa como um todo, sofreu um processo de desmontagem intelectual.
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