A justiça federal argentina condenou nesta quarta-feira (22) o ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla (1976-1981) à prisão perpétua por crime contra a humanidade, após julgamento que durou seis meses, na província de Córdoba.
Videla, de 85 anos, deverá cumprir a pena numa cadeia comum. Ele foi julgado com outros 30 acusados de repressão, entre militares, policiais e carcereiros. No total, 13 receberam prisão perpétua.
Eles foram acusados de terem sequestrado, torturado e fuzilado 31 presos políticos, na cidade de Córdoba, em 1976. O juiz Jaime Diaz Gavier considerou Videla o “mentor” do caso.
Com o ex-ditador, também foi condenado também à perpétua o ex-chefe militar de seu governo, Luciano Menéndez.
Organizações de direitos humanos afirmam que cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante o regime militar argentino, que terminou em 1983. Segundo a Conadep (Comissão Nacional sobre Desaparecimento de Pessoas), pelo menos 10 mil pessoas desapareceram naqueles anos turbulentos no país.
Enquanto o juiz lia as sentenças, familiares das vítimas e representantes de organizações de direitos humanos aplaudiam e gritavam. Videla e outros integrantes da Junta Militar que governou o país foram julgados e condenados em 1985. No entanto, cinco anos depois, eles foram anistiados no governo do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999).
Em 2003, o Congresso Nacional anulou a anistia chamada de “Lei de Obediência Devida e Ponto Final” e em 2010 mais de 60 ex-militares foram condenados por crimes cometidos durante a ditadura argentina.
Estima-se que, na Justiça Federal, pelo menos outros 600 estariam esperando decisão judicial.
Enquanto isso, no Brasil, nada...
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