Pular para o conteúdo principal

Economia do cinema

Manuel Rangel também falou, na sua entrevista para a Caros Amigos, sobre o papel do cinema na economia da cultura brasileira. Observou que o custo médio para produzir um filme é de R$ 2 milhões, uma quantia alta, que demanda a existência de um mercado ativo, capaz de viabilizar a circulação do produto, mas respeitando a diversidade de nichos existentes na sociedade brasileira, ou seja, o fato de que, q1uando se fala em mercado, está-se falando não apenas de filmes que são vistos por 5 milhões de pessoas, mas, também, por filmes que devem ser feitos para serem vistos por apenas 100 mil pessoas:
"O mercado não é uma coisa homogênea, nem é uma entidade abstrata. O mercado é, na verdade, diversos mercados, são nichos. (...) E um filme para falar com 100 mil pessoas tem que ter uma estratégia de custo, uma estratégia de sustentabilidade, uma estratégia de diálogo que seja proporcional ao público que pretende atingir".
Rangel também falou sobre o mercado interno, brasileiro, para o audiovisual: "É legítimo que os estrangeiros venham aqui e retirem daqui o sustento da sua produção, mas não é legítimo que os brasileiros retirem daqui o sustento de sua produção? Portanto, isso é uma falsa polêmica que por vezes se estabelece. Não há possibilidade de trabalhar a economia do audiovisual, a indústria cinematográfica e do audiovisual sem a ocupação do mercado interno". 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf

UFPA: A estranha convocação do Conselho Universitário em dia de paralização

A Reitoria da UFPA marcou para hoje, dia de paralização nacional de servidores da educação superior, uma reunião do Consun – o Conselho Universitário, seu orgão decisório mais imporante – para discutir a questão fundamental do processo sucessório na Reitoria da instituição. Desde cedo os portões estavam fechados e só se podia entrar no campus a pé. Todas as aulas haviam sido suspensas. Além disso, passamos três dias sem água no campus do Guamá, com banheiros impestados e sem alimentação no restaurante universitário. Considerando a grave situação de violência experimentada (ainda maior, evidentemente, quando a universidade está vazia), expressão, dentre outros fatos, por três dias de arrastões consecutivos no terminal de ônibus do campus – ontem a noite com disparos de arma de fogo – e, ainda, numa situação caótica de higiene, desde que o contrato com a empresa privada que fazia a limpeza da instituição foi revisto, essa conjuntura portões fechados / falta de água / segurança , por s