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A posse e os compromissos de Maria do Rosário

Dentre as posses de ministros ocorridas ontem, a mais significativa, a meu ver, foi a de Maria do Rosário, nova ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). Significativa porque teve a coragem de se posicionar, claramente, à respeito do 3o PNDH e, mais especificamente, a favor da Comissão da Verdade, encarregada de apurar os crimes cometidos pelos militares brasileiros durante a ditadura que promoveram.

Como já comentei aqui no blog várias vezes, o assunto é espinhoso

Maria do Rosário disse que não há contradição entre Direitos Humanos e Forças Armadas, e fez um apelo para que o Congresso analise a proposta, encaminhada pelo governo Lula, de criação da Comissão da Verdade, que ofereceria a versão oficial sobre os mortos e desaparecidos.

"O Estado brasileiro tem que resgatar sua dignidade em relação aos mortos e desaparecidos na ditadura", afirmou. "Como disse a presidente Dilma, não se trata de revanchismo", completou, mais adiante.

Diante da plateia em que estava o ministro Nelson Jobim (Defesa), ela afirmou que as Forças Armadas são "parte da consolidação da democracia". "Certamente entre as Forças Armadas existe também o desejo de que tenhamos juntos esse processo constituído", disse.

Durante a transmissão do cargo, o ministro Paulo Vannuchi agradeceu ao trabalho de toda a equipe, e sublinhou os avanços conquistados na área dos Direitos Humanos durante seus cinco anos à frente da SDH/PR.

Na presença de ministros, deputados e funcionários que lotaram o auditório do 8º andar da SDH, Maria do Rosário fez um discurso emocionado, de cerca de 40 minutos, em que registrou a importância do governo Lula e a eleição de Dilma Rousseff para a consolidação da democracia brasileira. Emocionada, disse que “O mais importante é que estejamos unidos, governo, sociedade e movimentos sociais. Não vamos descansar enquanto não assegurarmos os Direitos Humanos para todos os brasileiros e brasileiras”.

Também citou o psicanalista Carl Jung: “Jung dizia que a morte de cada pessoa o diminuía, pois ele estava englobado na humanidade. E, da mesma forma que uma pessoa passando fome em Luanda, Nova Déli, Nova Iorque ou Roma nos atinge, uma brasileira ou brasileiro que sofre também atinge a humanidade”.

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