Pular para o conteúdo principal

Nota do PSOL

Reproduzo a Nota do PSOL divulgada hoje. Coerente como o PT, ontem, ao fazer acordo com o PSDB para compor a mesa da Alepa, não soube ser:

NOTA À IMPRENSA E À SOCIEDADE PARAENSE
EM DEFESA DA AUTONOMIA DO LEGISLATIVO E DA TRANSPARÊNCIA

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), através de seu deputado Edmilson Rodrigues, coerente com suas posições programáticas de defesa das causas populares, declara não participar do amplo acordo patrocinado pelo governador do Estado para eleger o deputado Manoel Pioneiro (PSDB) à presidência da Assembleia Legislativa do Pará.

Esta composição da Mesa Diretora repetiu velhos vícios em que o governo do Estado transforma o Poder Legislativo em mero apêndice de seus interesses. É isso que está por trás da frenética troca de favores e de cargos públicos como moeda para sedimentar a aliança de partidos em torno do candidato ungido pelo Palácio dos Despachos.

O voto em branco do PSOL, portanto, está fundamentado nos seguintes princípios:

1-Autonomia do Legislativo, relação altiva com o Executivo e democratização da participação dos parlamentares.

O PSOL defende a garantia do direito das minorias, sem tratamento diferenciado entre parlamentares e bancadas e com garantia de funcionamento eficiente para as Lideranças Partidárias, inclusive com a pauta de votações sendo deliberada através de acordo no Colégio de Líderes, que deverá ter funcionamento regular e permanente.

2-Transparência do Legislativo, tornando efetivamente públicas todas as informações de sua gestão administrativo-financeira.

Dentre outras medidas, destaca-se a efetiva implantação do Portal da Transparência no sítio da Assembleia Legislativa, nos exatos termos exigidos pela legislação vigente, além da realização de sessões públicas para aprovar o Orçamento Anual do Legislativo e a Prestação de Contas anual da Mesa Diretora.

3- Protagonismo do Legislativo e ampliação da participação popular.

Um Poder Legislativo verdadeiramente autônomo é aquele que prioriza a discussão e votação de projetos de interesse da sociedade e, ao mesmo tempo, não abre mão de seu dever constitucional de fiscalizar os atos do Poder Executivo, recorrendo, caso necessário, a todos os instrumentos disponíveis, inclusive à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Na oportunidade, o PSOL reafirma sua disposição de construir, em conjunto com os movimentos sociais e com os mais amplos setores da sociedade civil paraense, uma forte oposição de caráter popular ao governo Simão Jatene, condição indispensável à superação da dramática crise social na qual o Pará está mergulhado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...

Solicitei meu descredenciamento do Ppgcom

Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa.     Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...

Comentário sobre o Ministério das Relações Exteriores do governo Lula

Já se sabe que o retorno de Lula à chefia do Estado brasileiro constitui um evento maior do cenário global. E não apenas porque significa a implosão da política externa criminosa, perigosa e constrangedora de Bolsonaro. Também porque significa o retorno de um player maior no mundo multilateral. O papel de Lula e de sua diplomacia são reconhecidos globalmente e, como se sabe, eles projetam o Brasil como um país central na geopolítica mundial, notadamente em torno da construção de um Estado-agente de negociação, capaz de mediar conflitos potenciais e de construir cenas de pragmatismo que interrompem escaladas geopolíticas perigosas.  Esse papel é bem reconhecido internacionalmente e é por isso que foi muito significativa a presença, na posse de Lula, de um número de representantes oficiais estrangeiros quatro vezes superior àquele havido na posse de seu antecessor.  Lembremos, por exemplo, da capa e da reportagem de 14 páginas publicados pela revista britânica The Economist , em...