Saiu o relatório Estado da Mídia 2011. O documento é o mais preciso relatório sobre a evolução e as tendências da comunicação nos EUA. Está aqui.
Entre os principais elementos, anoto os seguintes: aumento da queda de receita nos jornais impressos; perda de cerca de 1.500 postos de trabalho em redações (um número, ainda que alto, 30% menor que no ano anterior); a migração para a web continuou a ganhar velocidade (pela primeira vez, mais pessoas disseram ter tido mais notícias pela web do que pelos jornais); tendência de que as principais instituições de novos meios de comunicação começaram a desenvolver newsgathering originais de forma significativa (O Yahoo, por exemplo, acrescentou várias dezenas de repórteres em notícias, esportes e finanças na sua equipe; na AOL havia 900 jornalistas, 500 deles em sua operação local da notícia Patch e até o final de 2011, a Bloomberg espera ter 150 jornalistas e analistas para o seu funcionamento.
Outra tendência diz respeito à telefonia celular, que se consolida com um fator importante na cadeia de informação: Um novo estudo lançado juntamente com o relatório, produzido pela Pew Internet em parceria com a American Life Project e com a Fundação Knight, conclui que quase metade dos americanos (47%) obtem algum tipo de notícias locais através de seu celular.
A conclusão do estudo aponta na direção que já sabemos: O jornal ainda é feito da mesma maneira e pelas mesmas regras, sem grandes inovações quanto às novas tecnologias, que, por sua vez, replicam-se com muita velocidade. Cada avanço tecnológico acrescenta uma nova camada de complexidade e um novo conjunto de jogadores fazendo a conexão entre conteúdo, consumidores e anunciantes, mas a imprensa escrita parece não ser capaz de dar conta dessa complexidade. Aliás, parece nem percebê-la.
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