Pular para o conteúdo principal

Demitam-se os justos! Tudo pelo efeito midiático!

O dirigente da Colônia AgrícolaAndré Albuquerque, exonerado ontem pelo Governador Jatene, já havia avisado, há 19 dias, que adolescentes estavam sendo usadas sexualmente pelos detentos.


Por que ele foi exonerado? Afinal, ele fez direito o seu trabalho. 


O mesmo aconteceu há duas semanas, quando o governador exonerou, sumariamente, a médica Maria do Carmo Lobato da presidência da Santa Casa.


Isso quer dizer três coisas:


1. Que o Governo Jatene sabia, há 19 dias, do que acontecia em Americano. E não fez nada. 


2. Que o Governo Jatene considera que pode resolver grandes problemas demitindo, simplesmente, dirigentes.


3. Que o Governo Jatene está governando por meio de reles ações midiáticas.

Comentários

Anônimo disse…
Excelente a postagem. Até parece que a determinação dessas ações começam na SECOM. É o efeito de um governo na Mídia. Mas por enquanto negativo.
Adelina Braglia disse…
Caro Fábio,

sabemos que os governos não são abstrações e o "governo Jatene" é composto por servidores de carreira e servidores temporários, em funções administrativas e de assessoramente e direção.

Neste caso, a sequência de exoneraçõescontempla, com justeza, a hierarquia de responsabilidades. Se houvesse a demissão de agente prisional como o grande culpado, aí seu post faria sentido e a "sensação" midiática também.

Quanto aos que fazem direito o seu trabalho,individualmente, é necessário que aprendamos que "fazer direito o meu trabalho" não necessariamente dá conta da obrigação coletiva- aí sim, dos governos - de responder pelo bem estar da população. Em todos os níveis e setores. E isentar-me de responsabilidade por fato grave mandando ofícios à granel, não impede que tragédias aconteçam, como esta já aconteceu.

Assim, se amanhã o IDESP divulgar uma informação que comprometa compromissos ou diretrizes de governo, quem deve ser demitida é a presidente e não o estatístico.

Abração.
Anônimo disse…
Só uma questão: como dirigente da Colônia Agrícola, o senhor André Albuquerque não teria autonomia para evitar ou resolver essa situação? Afinal, se ele já sabia, por que não tomou uma providência efetiva? Deixar que uma atrocidade dessas acontecesse, apenas comunicando o fato ao governo, é o papel de um gestor? Ele fez direito o seu trabalho?
Veja bem, não estou defendendo o governo, mas apenas dizendo que: os gestores têm, sim, responsabilidade pelo que ocorre dentro de cada órgão, caso contrário, de que adianta estarem ali? Para serem coniventes com o que está errado? Se o governo não tomou uma providência imediata, que ele, André Albuquerque, desse um jeito de afastar os policiais envolvidos nessa história, afinal, ele estava lá, presenciando tudo. Mas não, ficou esperando de braços cruzados, vendo as meninas serem abusadas. E agora ele foi o injustiçado?
hupomnemata disse…
Ao Anônimo das 12h27,
A política deixou de ser uma atividade teatral, como antes, para se tornar uma atividade teledramatúrgica. É necessário buscar um equilíbrio, penso, para que a política não vire refém da comunicação.
hupomnemata disse…
Caríssima Adelina,
Muito honrado de tê-la por aqui. Muito obrigado pelo comentário; suas colocações são sempre interessantes.
Minhas considerações são em torno de um fato midiático: o diretor foi demitido quando o assunto caiu na mídia, e não antes, quando a informação sobre o ocorrido fora produzida.
hupomnemata disse…
Anônimo das 14h01,
Também gostaria de saber, e por isso faço da sua pergunta uma indagação também minha: Se ele poderia ter evitado, por que não o fez? O que faltou? Cabia exclusivamente a ele? Tinhas condições de evitar o pior? Gostaria também de ter essa informação. Pelo que foi noticiado, o diretor da Colônia produziu um documento demandando os reforços necessários para fazer seu trabalho. Seria, portanto, interessante ouví-lo. E, de fato, se podendo fazer ele nada fez, não deveria estar no cargo que ocupava. Correto? Alguém que deva fazer, possa fazer e não faça não deve permanecer no cargo que ocupa. Esse alguém deve passar o lugar a frente. O Pará tem problemas demais para ter gestores preguiçosos.
Anônimo disse…
Engraçado mesmo é que finalmente o PSDB tá dizendo para que veio. Bem que o governo do PT, que herdou esses problemas do PSDB - veja o caso da menina de Abaetetuba - lutou e, enquanto estava no poder conseguiu erradicar com essa prática, que, parece, contumaz do PSDB.
Anônimo disse…
se o fato ocorreu, como na Santa Casa, e se o governo considera seus gestores incompetentes depois que estoura a bomba, é porque o governo assim o é. foi a cúpula do PSDB que colocou estes administradores em cada Secretaria e órgão público estadual.

dito e feito!!!
Anônimo disse…
a lei da ação é reação é imbatível!
Anônimo disse…
O governo parece estar perdido no emaranhado burocrático e na falta de ação concreta. Por isso é compreensível que os gestores da área de comunicação procurem blindar o governante mesmo que tenha um efeito negativo. O que está ocorrendo com as demissões de pessoas sérias que estavam em um local na hora errada e no momento inoportuno.

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf

UFPA: A estranha convocação do Conselho Universitário em dia de paralização

A Reitoria da UFPA marcou para hoje, dia de paralização nacional de servidores da educação superior, uma reunião do Consun – o Conselho Universitário, seu orgão decisório mais imporante – para discutir a questão fundamental do processo sucessório na Reitoria da instituição. Desde cedo os portões estavam fechados e só se podia entrar no campus a pé. Todas as aulas haviam sido suspensas. Além disso, passamos três dias sem água no campus do Guamá, com banheiros impestados e sem alimentação no restaurante universitário. Considerando a grave situação de violência experimentada (ainda maior, evidentemente, quando a universidade está vazia), expressão, dentre outros fatos, por três dias de arrastões consecutivos no terminal de ônibus do campus – ontem a noite com disparos de arma de fogo – e, ainda, numa situação caótica de higiene, desde que o contrato com a empresa privada que fazia a limpeza da instituição foi revisto, essa conjuntura portões fechados / falta de água / segurança , por s