Continuação do texto
Compreendo que a cultura é, basicamente, essa circunstância de correlação, de interdependência, entre os indivíduos. Ela não é, necessariamente, análoga à experiência da história, mas é, certamente, análoga ao uso atual (em qualquer tempo) da experiência histórica. É uma matéria viva, em transformação, e não uma referência emoldurada e atada a algum passado. É a leitura que se faz da obra mais que a obra. A reprodução mais que a escritura.
Quando confrontamos essa compreensão do que é cultura com as representações de cultura existente nos discursos a respeito da divisão do Pará percebemos que o que perdura, longamente, nessas representações, é uma noção de cultura como patrimônio. Uma noção coisificada de cultura, que não aceita nenhuma situação conflitiva como sendo inerente ao processo cultural.
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