Essa identidade amazônica pode ser vista como um ideal-tipo, no sentido weberiano: um sentido em curso, tempo a ser, lugar a chegar. Portanto, como um horizonte de compreensão – que se conforma como blocos de experiências sociais, traduz--se enquanto situações típicas e sedimenta-se, na sociedade, constituindo estoques de conhecimento e historicidades. Trata-se de um processo comum a todo curso social, mas torna-se peculiar quando se intensifica, quando se sente pressionado e crente de que algo deve ser agilizado, algo deve ser salvo.
Foi o que aconteceu, penso, na vida intelectual de Belém ao longo das últimas três décadas do século XX. Nesse sentido, este livro procura funcionar como uma espécie de fotografia de um certo momento histórico, de uma experiência comum. A fotografia, talvez, da construção coletiva de uma identidade – ou do esforço de produção de sentido para um estar no mundo ameaçado. Um processo de intensificação da identificação social em curso.
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