Enfim, empreendi uma reflexão sobre os dados coletados em sua “tipicidade”. Ou, mais precisamente, tentei observar o fenômeno de intersubjetividade assinalado em termos de uma sociomorfologia da “identidade” amazônica.
Minha conclusão, em síntese, é de que a moderna tradição amazônica não constitui um tempo histórico, não é herdeira de um passado, não é a recuperação de uma essência. Ao contrário, ela é uma invenção do presente e no presente. Ela é aesthesis, é sentir coletivo, é refluxo de intersubjetividade, é alegoria do mundo – marcada pela aurificação inusitada de seu objeto obsedante, de maneiras de ser, modos de pensar e estilos de comportamento.
Nesse sentido, ela é a procura por uma forma, a indagação sobre uma origem, sobre uma casa, sobre um pertencimento que, fundamentalmente, não coincide com o espaço amazônico, especificamente, e nem com qualquer outro espaço geográfico- histórico, mas sim com a forma superior de uma identidade inexistente, ainda que projetada e em constante reelaboração.
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