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O Twitter vai à guerra


É uma notícia impressionante, penso: leio no Courrier International, da UNESCO, que o Twitter se tornou a principal via de comunicação entre os talibãs e as forças da OTAN, que os combatem.

As duas forças estão usando o mecanismo para uma verdadeira guerra de palavras, mútuas acusações e trocas de ameaças. E, também, como arma de propaganda, com mensagens cifradas e subliminares que têm o objetivo de desmoralizar o inimigo face à opinião pública. Os talibãs começaram primeiro, com uma estratégia de reunir 9 mil guerrilheiros transmitindo mensagens usando somente dois perfis combatentes: @alemarahweb, que transmite informações oficiais e que indica sites e gadgets interessantes para seu combate e @ABalkhi, que transmite mensagens agressivas, de resistência à OTAN.

As forças da aliança ocidental, acabrunhadas com essa guerrilha, contraatacaram: em um ano, apenas, passou de 763 assinates do Twitter, dentre seus combatentes, para 18 mil. O general que comanda as operações ocidentais passou a incentiver seus soldados a abrirem contas e a postarem mensagens contra os talibãs. Também deste lado há um perfil coletivo, o @ISAFmedia, tal como a estratégia de comunicação utilizada pelos inimigos.

Um exemplo: dia 9 dezembro passado @ABalkhi twitou: "@ISAFmedia continua seu genocídio no Afeganistão: os terrorista da Isaf mataram um homem sem defesa”. A OTAN respondeu: "Desculpe, @ABalkhi, mas abater inocentes não faz parte das práticas da Isaf”. @ABalkhi, em seguida, veiculou um vídeo em que soldados americanos matavam inocentes na província de Kandahar em 2010. 

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