Apesar dos muitos candidatos, o provável, quase certo, é que o segundo turno reúna, mais uma vez, os neo-Gaulistas contre os socialistas, o que quer dizer o atual presidente Sarkozy, candidato da UMP, Union pour un Mouvement Populaire, e François Hollande, um candidato mais para social-democrata de que para realmente socialista, mas que é a própria cara (sem face) dos socialistas franceses dos últimos anos.
Sarkozy é muito criticado e pouco popular no país. É visto por lá como o “presidente dos ricos”. Isso porque brindou-lhes com isenções fiscais nunca antes imaginadas, enquanto aumentou todos os impostos das classes trabalhadoras e médias.
A máquina pública francesa, durante a gestão Sarkozy, foi muito penalizada e o estado do Bem-estar, construido pelos socialistas, foi bastante desmantelado. Para agravar a situação, sua imagem pública é meio caricatural: hiperativo e hipervisível, dá impressão nde ser um chefe de Estado em permanente estado de excitação.
Fora da França, sua imagem política é salva porque, sempre que pode, ele se posiciona ao lado de Angela Merkel, nos encontros do G-20, passando a idéia de um líder europeu enérgico e resoluto. De qualquer forma, construiu uma imagem de chefe militar, ao vencer duas guerras, na Costa de Marfim e na Líbia. Mas isso é uma imagem... Os franceses se irritam com essas construções midiáticas de Sarkozy e não se convencem mais com elas.
Por que então, Sarkozy pode ser reeleito? Por dois motivos:
1 - Porque tem a "máquina", o que significa a máquina presidencial propriamente dita, mais o apoio da UMP, partido enraizado em cada micro-canto do país, mais o apoio milionário de seus apoiadores.
2 - Porque, em tempos de crise - não só econômica, mas também social e de fé no sistema político - uma liderança forte, como a dele, tende a prevalecer sobre lideranças mais hesitantes, como a de seu adversário, em particular, e dos socialistas, em geral.
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