Diz o espelho:
- O senhor Carlos Drummond de Andrade é um razoável prosador que se julga bom poeta, no que se ilude. Como prosador, assinou algumas crônicas e alguns contos que revelam certo conhecimento das formas graciosas de expressão, certo "humour" e malícia. Como poeta, falta-lhe tudo isso e sobram-lhe os seguintes defeitos: é estropiado, anti-eufônico, desconceituoso, arbitrário, grotesco e tatibitate. O maior dos nossos críticos passados, presentes e futuros, o Sr. Pontes, que tirou do próprio nome essa consistência de cimento armado, característica do seu estilo, incumbiu-se de lembrar-lhe todos os dias que ele não é poeta; que poeta, só B. Lopes e Theodore de Banville. Mas o Sr. Drummond teima em não escutar a lição desse douto espírito, e a todo momento nos oferece mesquinhas produções poéticas, de que resultam cólicas e explosões nas pessoas de bom gosto, o Sr. Pontes inclusive.
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