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Coleção de saudades

Outra pessoa querida que se vai e o exercício da memória que se postula, promete, transcende. Morreu hoje minha tia-avó Alice, muitíssimo querida e lembrada. Ficam suas saudades, que sempre me falaram de uma Belém de muitas décadas atrás, muito melhor de viver e cheia de milhares de histórias - de uma Belém empobrecida pelo pós-látex que, no entanto, era muito melhor deviver do que a Belém que tenho. De uma Belém que era preciso deixar. Deixar e partir para longe. Deixar para sobre(viver). De uma Belém sebastiana. Audentes fortuna juvat, então se dizia. Já fui colecionador das histórias da tia Alice, sempre incrivelmente espirituosas, cheias de riso, bom-humor, entre-linhas, ironias, agrumes e de frutas-de-concórdia. Saudades!

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