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Janot, o Procurador Geral da República, sai desmoralizado e deixa a justiça ainda mais desmoralizada

Terminou ontem o mandato de Rodrigo Janot como Procurador Geral da República. Sai desmoralizado e deixa uma Procuradoria Geral desmoralizada e com graves problemas. Mas isso não deve espantar ninguém. Tudo, nas grandes instituições da justiça brasileira, hoje, é desmoralização. Do MPF ao STF. Janot poderia ter tido um papel de mediador da crise política que o Brasil atravessa, mas não teve maturidade e nem competência para isso. Preferiu, sempre, agir pautado pela grande encenação dos principais atores do golpe. Talvez, sonhando tornar-se um deles. Agiu sempre deslumbrado pelo poder, procurando posar de astro, com essa peculiar pretensão à importância que possuem os coadjuvantes que eventualmente são alçados aos postos de poder. Com efeito, o mandato de Janot foi do tipo “canoa”: ele foi levado pela maré, ou seja, pela mídia, pela narrativa da mídia e pelos interesses da camada golpista, dentre políticos e empresários. Janot nunca teve liderança: seguiu à reboque dos acontecimen...

Indo para a Inglaterra

Carxs, Passo rápido para me despedir. Indo logo mais para Albion, to be scientist at Cambridge. Como sabem, minha contumaz timidez nunca segura essa vontade de entender o mundo, e vou me metendo nessas enrascadas - and I don't even know if my rough english is enough para contar minhas histórias. De todo modo, a gente vai quando a maré empurra, mesmo quando se quer ficar. Forte abraço, amigos. Nos revemos em fevereiro, perto do carnaval chegar. Nos revemos, sobretudo. Quer dizer, se o golpe não crescer e impedir - mas forte abraço, tout de même.

Novo artigo publicado: No emaranhado do Guamá. Percursos etnográficos no feira de Belém

Mais um artigo publicado em parceria com a Marina: "No emaranhado do Guamá.  Percursos etnográficos no feira de Belém ". Na revista Ponto Urbe, no Núcleo de Antropologia Urbana da USP.  Segue o link: https://pontourbe.revues.org/3404 Resumo: O artigo procura fazer uma descrição fenomenológica da feira do Guamá, situada no bairro de mesmo nome, em Belém-PA. Dialogando com procedimentos etnocartográficos, parte-se de uma exposição compreensiva das espacialidades da feira. Deseja-se valorizar a dimensão endógena da experiência espacial dos sujeitos sociais observados. Empreender uma fenomenologia do lugar significa, em nossa compreensão, um duplo movimento: primeiramente, indagar como os indivíduos encontram o mundo na sua complexidade espacial e, em seguida, interpretar como esses encontros são usados para dar sentido ao mundo espacial. Percebe-se o espaço como uma dimensão vivenciada pelos indivíduos, e não como algo prefigurado por mei...

Novo blog: Overturning Brazil

Resolvi fazer um novo blog, em inglês, para escrever sobre a crise política brasileira. Sei que mal tenho tempo para escrever por aqui no Hupomnemata, mas creio que o momento político exige. E além disso, para mim vai ser um exercício interessante, sobretudo para ir organizando minhas ideias para minha estadia na Inglaterra, onde,  a partir de novembro deste ano,  estarei discutindo o Golpe e do perfil conservador da sociedade brasileira. Adianto minhas desculpas por meu inglês, que deve estar cheio de erros. O novo blog se chama Overturning Brazil e seu endereço é https://overturningbrazil.blogspot.com.br Peço que me ajudem a divulgá-lo.

Coleção Cultura e Pensamento: chamada para artigos

Divulgo o lançamento da Coleção Cultura e Pensamento, que inicia com três livros, para os quais as chamadas de artigos estão abertas e dos quais tenho a honra de ser um dos organizadores. O três livros terão os seguintes temas: Volume I: Direitos Culturais Volume II: Políticas Culturais para as Cidades Volume III: Políticas para as Artes -   A Coleção será publicada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Caso alguém tenha interesse em submeter artigo, favor conectar o site  www.culturaepensamento.ufba.br. Originais podem ser encaminhados até 30 se setembro. Mais informações no site 

Introdução à Fenomenologia

O Grupo de Pesquisa em Fenomenologia da Cultura e da Comunicação, do Programa de Pós-graduação Comunicação, Cultura e Amazônia da UFPA "orgulhosamente" apresenta a sua aula-clip "Introdução à Fenomenologia", com os Muppets (e tradução para o português!)

Transcrição da aula pública "Mídia, poder e escândalos políticos no Brasil. O que está por trás da crise?"

Mídia, poder e escândalos políticos no Brasil. O que está por trás da crise? Fábio Fonseca de Castro Doutor em Sociologia. Professor da Faculdade de Comunicação, do Programa de Pós-graduação Comunicação, Cultura e Amazônia, ILC-UFPA e do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, NAEA-UFPA Transcrição da aula pública ocorrida no dia 22 de maio de 2017 Introdução Boa tarde a todos, começo agradecendo o convite da Faculdade de Comunicação e do Programa de Pós-graduação Comunicação, Cultura e Amazônia da UFPA para fazer esta aula pública. Essas duas unidades têm sido ativas e presentes no processo de reflexão e de discussão a respeito do processo político e social em curso no Brasil, o que é louvável e muito importante. Vou dividir minha fala em três momentos. No primeiro, vou trazer alguns elementos que nos ajudem a construir uma análise da conjuntura nacional após a delação dos proprietários da JBS no último dia 17/05, cinco dias at...

Convite: Mídia, poder e escândalos políticos no Brasil: O que está por trás da crise?

Política Cultural e Gestão Democrática no Brasil

Lançado esta semana, pela Fundação Perseu Abramo, o livro "Política Cultural e Gestão Democrática no Brasil", organizado por Albino Rubim e que traz vários artigos sobre experiências democráticas de política cultural no país. Tenho a honra de participar da coletânea, com um artigo chamado "A Política Cultural do PT no Governo do Pará (2007-2010)". Honra porque, em primeiro lugar, uso o espaço para defender, sem perder a dimensão crítica, a experiência de política cultural do nosso  Governo Popular. Honra, também, por dividir o espaço com Marilena Chauí, Lélia Abramo, Hamilton Pereira, Jorge Bittar, muitos outros companheiros de luta pela democracia cultural. Mas honra, sobretudo, por partilhar este espaço com o mestre Antônio Cândido, que hoje mesmo, como se sabe, nos deixou. Minhas homenagens a ele e a seu legado, à sua luta por um Brasil mais igualitário e decente. À sua luta por uma cultura política mais crítica e mais sensível e por uma política cultural mais s...

Entrevista sobre a "marca Amazônia"

Do Blog Marca Amazônia "Em março, entrevistamos via e-mail o professor  Fabio Fonseca de Castro , graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará, mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília e mestre em Estudo das Sociedades Latino-Americanas (opção Antropologia) pela Universidade de Paris III (Sorbonne-Nouvelle). Na conversa, o pesquisador respondeu a alguns questionamentos sobre a possível “Marca Amazônia” e sua relação com a sociedade na contemporaneidade.  Confira a entrevista em nosso blog:   https://goo.gl/4uJVPp "

Sobre a vitória de Macron na França

A vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais da França só oferece um motivo de comemoração: ter derrotado Marina Le Pen. Trata-se do famoso “menos pior”.  No cenário político, Macron ocupa uma posição, digamos assim, de “extremo centro”. Participou do governo socialista, é certo, mas antes foi banqueiro dos Rotschild. Propõe um plano de investimentos sociais de 50 milhões de euros, é certo; mas também um corte de 60 milhões de euros no orçamento. Deseja reformar o Código do Trabalho para dar mais garantias ao trabalhador, mas ao mesmo tempo promete extinguir 120 mil empregos públicos e cortar 10 milhões de euros no orçamento do seguro-desemprego. Querem mais? Promete investir 15 milhões de euros na transição energética para um modelo sustentável, mas não deseja abandonar o modelo nuclear (a França tem 58 reatores nucleares em atividade). Como eu dizia: Macron é o extremo centro. O seu primeiro ministro, que deve ser anunciado dentro de alguns dias, d...

Governo Temer acaba com o Ciência Sem Fronteira: elitismo e meritocracia na universidade pública

O Governo Temer, sem nenhum debate público, sem nenhum diálogo com as universidades, extinguiu o Programa Ciência Sem Fronteiras. Mais um passo largo para ampliar a irrelevância do Brasil no cenário internacional.  Pior é que tem gente, na universidade pública, comemorando essa desgraça. O pretexto, absurdo, é que quem promove a internacionalização das universidades – meta estratégica para a melhoria da pesquisa e do ensino – é a pós-graduação, e que, portanto, é um desperdício investir em mandar para o exterior alunos da graduação. Acho uma grande cara de pau dizer uma coisa dessas. A internacionalização se faz com todos, e não com exclusão. Dizer que, estrategicamente, ela deve se concentrar na pós-graduação é um elitismo inadmissível, mesquinho como a visão meritocrática de que só os melhores devem ter vez. Mesmo porque o benefício de ter alunos da graduação com uma experiência internacional é considerável, tanto para a melhoria do ensino, pois a experiência trazida por e...