Qual a relação entre imagem e identidade? Esse foi um dos temas que iniciamos discutir no Seminário de ontem. O tema tem um imenso potencial e conecta os temas que estamos discutindo na especialização com o tema central do LabSo, do Tribos Urbanas e dos projetos de pesquisa. Efetivamente, o problema da imagem coincide com o problema da identidade. Observem que ambas as palavras têm a mesma raiz etmilógica. Acompanhando a crítica que estamos produzindo sobre a dinâmica metafísica que resulta naquilo que compreendemos tanto por imagem como por identidade, lembremos o sentido das proposições feitas pela psicanálise e, noutro plano, pela sociologia compreensiva, de que o que faz sentido, verdadeiramente, não é a identidade, mas a identificação. O verdadeiro processo é o da identificação. O que propus no seminário foi que a relação entre identidade e imagem corresponde à relação entre identificação e algum termo que soaria mais ou menos como imagificação. Não temos a variação necessária do vocábulo. Consideremos que imaginação não é um termo satisfatório, posto que evoca, unicamente, as imagens produzidas pelo pensamento. Usemos imagificação, proponhamos imagificação. Tal como a identificação a imagificação evoca a noção de movimento, a noção de que imagem não é representação, mas interpretação, e, dessa maneira, do mesmo modo como identificação resulta numa superação da metafísica arraigada presente no termo identidade, imagificação resulta numa proposição anti-metafísica para a noção de imagem.
 Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões:   Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa.       Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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