Nesta aula trabalharemos com o texto n° 5 de nossa bibliografia, o texto de Frederic Jamenson que, como falei a vocês, é um texto básico para areflexão sobre a pós-modernidade. Leremos alguns fragmentos desse texto, discutindo-os à luz de nossas reflexões sobre a sociedade contemporânea e o capitalismo flexível. A principal idéia que quero trabalhar é a percepção da experiência social contemporânea como “sensação”. Essa idéia não está presente no texto dessa forma, mas o que diremos sobre a “sensação” é muito próximo do que Jamenson denomina pastiche e, também, de seu debate sobre a nostalgia. Procuraremos ver como nostalgia é um tema presente no modo de vida das sociedades atuais e como, nessas sociedades, substitui-se, corriqueiramente, uma prática de paródia por uma prática de pastiche. Esclarecendo desde já, a paródia é uma ironia que mantém vínculos de sentido e, portanto, preserva o que, nas últimas aulas, viemos denominando “vínculo de coerência entre significantes e significados”. O pastiche, por sua vez, já não tem esse vínculo de coerência. Não é uma relação significante-significado, mas sim uma relação significante-significante. Ele associa-se à nostalgia como uma das principais produções de sentido da cultura contemporânea. Mas, atenção, os exemplos de Jamenson são problemáticos. Precisaremos relaciona-los aos exemplos de nossa própria experiência cultural para perceber o sentido que esses conceitos podem ter para nós. E, aqui, mais uma vez vamos precisar evocar a idéia de hibridez cultural para compreender o que é a pós-modernidade nas culturas periféricas, como a nossa.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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