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Ainda sobre o habitus

“Sendo o produto da incorporação da necessidade objetiva, o habitus, necessidade transformada em virtude, produto de estratégias que, ainda que não sejam produzidas por uma ação consciente de fins explicitamente postos sobre a base de um conhecimento adequado das condições objetivas, nem de uma determinação tornada mecânica por suas causas, é algo objetiviamente ajustado à situação” (“Étant le produit de l’incorporation de la nécessité objective, l’habitus, nécessité faite vertu, produit des stratégies qui, bien qu’elles ne soient pas le produit d’une visée consciente de fins explicitement posées sur la base d’une connaissance adéquate des conditions objectives, ni d’une détermination mécanique par des causes, se trouvent être objectivement ajustées à la situation” - Fieldwork in philosophy, in Choses dites, Minuit, 1987, p.21).
“A noção de habitus foi inventada (...) para dar conta do seguinte paradoxo: contudas podem ser orientadas na direção de objetivos sem que sejam conscientemente dirigidas a esses objetivos, dirigidas por esses objetivos” (“La notion d’habitus a été inventée […] pour rendre compte de ce paradoxe : des conduites peuvent être orientées par rapport à des fins sans être consciemment dirigées vers ces fins, dirigées par ces fins” - Fieldwork in philosophy, in Choses dites, Minuit, 1987, p.20).

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