O gênero humano paraense não tem a palavra, mas tem a noção. Refiro-me a schadefreude, palavrinha enigmática do alemão que, se for traduzida ao pé da letra, vai dar algo como “aquele prazer absoluto e tremulante que se apossa do nosso corpo quando aquele nosso desafeto (aquele fdp, desgraçado e canalha!) se dá muito, muito mal, mas muito mal mesmo!”. Ok, sempre é difícil traduzir o alemão, ok. Mas .... quer dizer isso mesmo. Kraus, um amigo alemão que já perdeu completamente a noção de suas origens e que hoje pratica contravensões leves por prazer, consultado por telefone, propõe uma tradução mais concisa: “aquela alegria que nós sentimos quando descobrimos que nosso desafeto se fodeu bo-ni-ta-men-te”. E não me digam, se paraenses forem, que não a compreendem. Aliás, não entendo como os paraenses não inventaram antes uma palavra para expressar essa sensação, deixando-a a cargo dos alemães, povo incapaz de fazer mal a carapanãs, como todos sabemos, e que em razão de sua docilidade, amabilidade e inocência há de ter tido muito trabalho para inventá-la.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
Comentários
Se vc descobrir a palavra para isso que eu postei no primeiro comentário, divida conosco.
Anônimo das 09:08, era ironia!
Tem um filme do Woody Allen no qual ele diz para a esposa que ele todos sabem que ele é um gênio e que os amigos dele chamavam-no de "Cérebro". E a esposa responde: "E você não percebeu que era ironia?".
Pois é, era.
Foi exatamente o que sentia quando a Valéria/Paulo Chaves ficarem em quarto lugar nas eleições passadas.
Sensação gostosa essa, né?!
Embora, em muitos casos [não exatamente o da Valéria], mesquinha. Confesso!
1. Chá
2. -de (com um ê bem marcado e seco)
3. (corte abrupto do palato)
4. frói (com o r bem ronronante e o ó extenso)
5. de novo o -de (se o pronunciador for da Baviera faz bico no fim e arregala os olhos; se for da Prússia bate os dois calcanhares e estufa o peito; se for de Hamburgo ou de Bremen inclina o queixo ligeiramente para a esquerda).