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Vaticano reabilita Oscar Wilde

O "L'Osservatore Romano", o jornal oficial do Vaticano, fez grandes elogios, recentemente, a Oscar Wilde. Considerou-o "uma das personalidades do século XIX que com mais lucidez analisou o mundo moderno nos seus aspectos perturbadores mas também nos seus aspectos mais positivos". Estarei eu ficando doido? Estará o Vaticano se modernizando? O "The Times", onde leio essa notícia, ironiza o jornal do Vaticano dizendo que Wilde é "um herói católico tão provável como Pôncio Pilatos", lembrando também que o padre Leonardo Sapienza, chefe de protocolo do Vaticano, reuniu algumas frases de Wilde numa coletânea de máximas que editou e publicou. Parece que se trata de um movimento pró-ativo (sic) de reabilitação. Mas... chegaremos um dia à beatificação? Lembremos que Wilde, que dizia que "a única forma de nos libertarmos de uma tentação é cedermos a ela", converteu-se no fim da vida ao catolicismo. E que considerava essa religião como uma fé destinada "apenas a santos e a pecadores" (ele próprio) e que "para as pessoas respeitáveis a Igreja anglicana é suficiente".

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