Nós, que temos heranças à esquerda a honrar e caminhos à esquerda a abrir, precisamos construir, coletivamente, um projeto mais concreto para a Amazônia. Necessário, em primeiro lugar, superar a percepção geopolítica herdada, excessivamente centrada numa perspectiva ditada pelos interesses imediatos do centro-sul brasileiro, e, assim, superar a percepção escalonada das linhas que dividem estados, das classificações que dividem pessoas e dos pólos de poder que distanciam as experiências sociais. Necessário, em primeiro lugar, portanto, superar a geografia.
Em segundo lugar, é necessário reorganizar as perspectivas históricas e observar o trajeto percorrido com suas próprias dimensões. Necessário interpretá-lo a partir da própria vivência e, talvez, reescrever textos herdados da história de outrem, substituindo-os por alguma compreensão própria, vazia de ufanismo, reconhecedoras de nossas derrotas históricas mas, acima de tudo, que compreenda a história como um processo.
Necessário, pois, desconstruir a história.
São essas as condições mínimas para começarmos construir um projeto. Depois delas, podemos desconstruir a lingüistica, a monoglossia quem sabe, e com ela um imaginário que nos distancia, de fato, da realidade amazônica.
A Amazônia tem um excesso de geografia para um pouco torrão de história. Necessário procurar um equilíbrio.
Comentários
Claudia.
Vamos acompanhar atentamente.
Um abraço grande,
Laura.