Pular para o conteúdo principal

Outra Amazônia 3: Uma nova Amazônia

Nós, que temos heranças à esquerda a honrar e caminhos à esquerda a abrir, precisamos construir, coletivamente, um projeto mais concreto para a Amazônia. Necessário, em primeiro lugar, superar a percepção geopolítica herdada, excessivamente centrada numa perspectiva ditada pelos interesses imediatos do centro-sul brasileiro, e, assim, superar a percepção escalonada das linhas que dividem estados, das classificações que dividem pessoas e dos pólos de poder que distanciam as experiências sociais. Necessário, em primeiro lugar, portanto, superar a geografia.
Em segundo lugar, é necessário reorganizar as perspectivas históricas e observar o trajeto percorrido com suas próprias dimensões. Necessário interpretá-lo a partir da própria vivência e, talvez, reescrever textos herdados da história de outrem, substituindo-os por alguma compreensão própria, vazia de ufanismo, reconhecedoras de nossas derrotas históricas mas, acima de tudo, que compreenda a história como um processo.
Necessário, pois, desconstruir a história.
São essas as condições mínimas para começarmos construir um projeto. Depois delas, podemos desconstruir a lingüistica, a monoglossia quem sabe, e com ela um imaginário que nos distancia, de fato, da realidade amazônica.
A Amazônia tem um excesso de geografia para um pouco torrão de história. Necessário procurar um equilíbrio.

Comentários

Anônimo disse…
E por falar nisso, cadê as Heranças a Esquerda? Vc nunca mais publicou.
Claudia.
Anônimo disse…
Que bom!
Vamos acompanhar atentamente.
Um abraço grande,
Laura.
Anônimo disse…
Cacete! Essa tua frase no final do post é profética, heim?

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”