O marxismo Ocidental 7: Antonio Gramsci I
O século XXI provavelmente será gramsciano. É o futuro. Isso significa que vários conceitos do autor, muito mais do que hoje, serão assimilados e usado és no pensamento político e no pensamento de estratégia eleitoral. Isso se dará porque Gramsci, sendo o mais aberto e amplo autor do pensamento marxista, é o autor mais propício a um século que é heterogêneo e flexível na sua essência. O pensamento de Gramsci é uma herança à esquerda de longo curso e prazo. Estratégica, porque possui um dispositivo de adaptação que abre, necessariamente, o espectro teórico e o fôlego para produzir novas interpretações da realidade.
E isso é vital. Que o digam os modelos de esquerda da Europa. Que o digam as esquerdas latino-americanas e com elas o PT. Precisamos de novas sínteses, capazes de produzir novas identidades e novas análises. Tenho impressão de que essas novas sínteses serão produzidas assim que o ecossocialismo se encontrar com a obra de Gramsci.
E por que isso? Por que o futuro está em Gramsci e não alhures? Porque o pensamento dessa autor possui os instrumentos de flexibilidade necessários para enfrentar o, digamos assim, com apoio de Edgar Morin, “pensamento complexo”. Com se sabe, como tenho observado aqui desde sempre, a lacuna a superar, em toda a visão de esquerda, é a lacuna do determinismo presente no marxismo. Sem isso não se avança. Pois bem, Gramsci é uma herança à esquerda porque foi, se não primeiro, o pensador que mais solidamente construiu mecanismos para vencer essas lacunas.
O léxico gramsciano dá uma idéia da versatilidade e extensão do seu pensamento: “revolução heterodoxa”, “revolução passiva”, “hegemonia”, “intelectual coletivo”, “intelectual organizo”, “epírito estatal”, “economicismo histórico”... Mas vamos aos poucos, que isto é um blog. Continua logo mais.
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