Alguém escreveu e eu li por aí que, se Lula fosse argentino, estaria sendo insuportável suportar a vaidade deles diante do acordo fechado com o Irã. Como Lula é brasileiro, em vez de vaidade se tem o contrário: o complexo de vira-latas, que faz com que se ache que o Brasil está indo longe demais. Que está se metendo onde não deve.
Como se não devesse... Ora, em 2025, mantida a política de justiça social do PT, o Brasil será a quarta potência mundial (A respeito, veja as declarações do ministro Guido Mantega ao jornal El País, publicadas hoje). Exercer um papel de agente global se torna uma imposição, que só não é vista ou aceita por causa desse complexo de vira-latas que as elites nacionais têm e que transmitem para toda a sociedade via seus meios de comunicação.
O vice-líder da bancada do PT, deputado José Genoino (PT-SP), criticou agora há pouco a cobertura negativa dada por grandes órgãos de comunicação brasileiros ao acordo nuclear sobre troca de urânio assinado pelo Irã com Brasil e Turquia. Embora tenha sido um dos momentos máximos da história da diplomacia brasileira, com repercussão mundial, a iniciativa recebeu, no Brasil, "manchetes de pessimismo e de torcida contrária". Disse Genoino o seguinte:
"As manchetes fazem coro com aquilo que pretendem as grandes potências, que não aceitam que um país como o Brasil seja protagonista de uma política internacional baseada na paz, no desenho de uma nova geografia do poder econômico mundial e de uma política externa calcada na ascensão dos países emergentes e dos blocos regionais".
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