Pular para o conteúdo principal

Esqueceram dos livros 2

Belém tem apenas uma biblioteca pública. Curitiba tem 55. Brasília tem 20. BH tem 15.
Ter uma biblioteca, apenas, num município com 1.437.600 habitantes significa ter 0,06956 não-biblioteca para cada grupo de 100 mil habitantes. Um dos piores índices do Brasil. A vizinha São Luis tem um índice bem superior: 0,200582. Palmas tem um índice invejável: 1,060192. Pior do que Belém há apenas 4 outras capitais.
Em termos de estado, o Pará é uma verdadeira vergonha nacional. Ocupa a 23ª posição no ranking de equipamentos de leitura. Há apenas 119 bibliotecas públicas no estado inteiro, o que faz 1,601395 biblioteca por 100 mil habitantes. Para se fazer uma comparação, esse índice é de 7,739633 no Tocantins, 4,527074 em Santa Catarina, 4,148018 em Minas e 4,003985 no Rio Grande do Sul.
Mesmo quando comparado com estado mais pobres, o Pará sai perdendo. Por exemplo, o Piauí tem o índice 2,575251; Rondônia tem 2,593209; Alagoas tem 2,883298 e Sergipe tem 3,020282.

Comentários

Fábio,

Nem a elite econômica da cidade se safa desta situação: assim como não há bibliotecas, não há livrarias. Todas as livrarias da cidade quebraram; sobraram as bancas de jornais e as revistarias, tão somente, que não têm o significado ou a gama de serviços oferecidos por uma livraria.

Os que precisam, socorrem-se da internet ou compram livros quando viajam. Os que precisam e os que se interessam, pois há mais essa: a elite econômica não é elite intelectual. Ninguém, na verdade, se interessa por livros em Belém.

O tema proposto por ti é ótimo. Descasca o verniz de cidade grande que Belém possui, e que na verdade nada mais é que isso: simples verniz.

Abraço.
hupomnemata disse…
Olá Francisco,

Vc tem razão. A elite belemense pode ter capital econômico, mas não tem capital cultural.

Não tem uma formação "burguesa" mínima. Normal que pegue asma nos livros.

Grande abraço,
Anônimo disse…
Ai meu Deus, eu sinto vergonha de morar por aqui. Ai meu Deus, esqueceram de mim aqui. Esqueceram mesmo foi daqui. Um povo desse só consegue eleger seus pares. P..a M..d.. Esqueceram de mim!!!
Anônimo disse…
É Tocantins recém criado tá batendo no Pará. Nosso povo é bem matuto mesmo, perde todo o espaço que tem; e o que é pior, perde mesmo aquele que poderia ter, ficando assim, sempre, sem perspectivas. Afinal, a única perspectiva certa mesmo é, no futuro, a divisão do estado. E vai perdendo pará!!! Que daqui há pouco será o Parazinho.

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf...

UFPA: A estranha convocação do Conselho Universitário em dia de paralização

A Reitoria da UFPA marcou para hoje, dia de paralização nacional de servidores da educação superior, uma reunião do Consun – o Conselho Universitário, seu orgão decisório mais imporante – para discutir a questão fundamental do processo sucessório na Reitoria da instituição. Desde cedo os portões estavam fechados e só se podia entrar no campus a pé. Todas as aulas haviam sido suspensas. Além disso, passamos três dias sem água no campus do Guamá, com banheiros impestados e sem alimentação no restaurante universitário. Considerando a grave situação de violência experimentada (ainda maior, evidentemente, quando a universidade está vazia), expressão, dentre outros fatos, por três dias de arrastões consecutivos no terminal de ônibus do campus – ontem a noite com disparos de arma de fogo – e, ainda, numa situação caótica de higiene, desde que o contrato com a empresa privada que fazia a limpeza da instituição foi revisto, essa conjuntura portões fechados / falta de água / segurança , por s...