Esquerdas Brasileiras 5: O PCB 5 – A vitória de 1928
A primeira participação dos comunistas brasileiros num processo eleitoral ocorreu em 1924. O operário gráfico João da Costa Pimenta, um dos nove fundadores do partido, seria lançado à deputação federal, concorrendo pela legenda do Bloco Operário, mas sua candidatura foi boicotada pelo poder público, que se negou a lhe conceder o título de eleitor. No ano seguinte, nas eleições municipais, o garçom João Freire de Oliveira, concorreu a vereador em Santos, mas conseguiu apenas 34 votos.
A primeira participação dos comunistas brasileiros num processo eleitoral ocorreu em 1924. O operário gráfico João da Costa Pimenta, um dos nove fundadores do partido, seria lançado à deputação federal, concorrendo pela legenda do Bloco Operário, mas sua candidatura foi boicotada pelo poder público, que se negou a lhe conceder o título de eleitor. No ano seguinte, nas eleições municipais, o garçom João Freire de Oliveira, concorreu a vereador em Santos, mas conseguiu apenas 34 votos.
Mais importante do que essas primeiras candidaturas, no entanto, foi o debate em torno do eixo programático do partido. Os elementos centrais propunham uma radicalização do processo democrático, com a extensão do direito de voto às mulheres, a revogação de todas as leis de exceção eleitoral, o voto secreto e obrigatório, o direito de voto aos analfabetos e a diminuição da maioridade eleitoral para 18 anos.
Em 1926 ocorreu um fato inesperado e, digamos, generoso. Um sujeito chamado Leônidas Rezende, socialista e... positivista, proprietário de um jornal, no Rio de Janeiro, que fora fechado pelo estado de sítio de 1924-26, resolveu doar seu maquinário e estrutura ao PCB. “A Nação” – era o nome do jornal – recomeçou a circular a 3 de janeiro de 1927. E vinha brioso, com foice e martelo desenhados e o lema “Proletário de todos os países, uni-vos!”.
O jornal publicou também, poucos dias depois, uma Carta Aberta, assinada pelo PCB e endereçada à várias organizações operárias, propondo a formação de um Bloco Operário para disputar às eleições que se aproximavam. Com isso se formou o BOC – Bloco Operário e Camponês, que lançou dois candidatos a vereador no Rio de Janeiro: Octavio Brandão e Minervino de Oliveira.
Foi uma campanha difícil, vigiada permanentemente por forças policiais. O momento culminante foi um comício realizado em frente ao Arsenal da Marinha, dissolvido com tiros pela polícia e que causou a morte de um operário – além da prisão dos dois candidatos.
Porém, urnas apuradas, Octavio Brandão foi eleito e Minervino... quase. 197 votos, apenas, o separavam do último candidato eleito. Mas como do azar de uns advém a sorte de outros, um dos eleitos morreu num acidente de carro, dias depois, e Minervino entrou na Câmara.
No jornal oficial do PCB, “A Classe Operária”, veio estampado, em letras imensas: “Vitória! Vitória! Pela primeira vez na história do Brasil, após 428 anos de luta, os trabalhadores abrem uma brecha nas formidáveis muralhas do legislativo e penetram na cidadela inimiga para iniciar uma política de classe independente”.
No dia da posse, um escândalo: na hora do juramento, quando deviam dizer “Prometo manter, cumprir com lealdade e fazer respeitar a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Distrito Federal, as leis emanadas do Conselho Municipal”, os dois comunistas acrescentaram uma pequena frase: “submetemos, porém, essas disposições aos interesses do operariado”.
No país inteiro não se falou de outra coisa.
Em 1926 ocorreu um fato inesperado e, digamos, generoso. Um sujeito chamado Leônidas Rezende, socialista e... positivista, proprietário de um jornal, no Rio de Janeiro, que fora fechado pelo estado de sítio de 1924-26, resolveu doar seu maquinário e estrutura ao PCB. “A Nação” – era o nome do jornal – recomeçou a circular a 3 de janeiro de 1927. E vinha brioso, com foice e martelo desenhados e o lema “Proletário de todos os países, uni-vos!”.
O jornal publicou também, poucos dias depois, uma Carta Aberta, assinada pelo PCB e endereçada à várias organizações operárias, propondo a formação de um Bloco Operário para disputar às eleições que se aproximavam. Com isso se formou o BOC – Bloco Operário e Camponês, que lançou dois candidatos a vereador no Rio de Janeiro: Octavio Brandão e Minervino de Oliveira.
Foi uma campanha difícil, vigiada permanentemente por forças policiais. O momento culminante foi um comício realizado em frente ao Arsenal da Marinha, dissolvido com tiros pela polícia e que causou a morte de um operário – além da prisão dos dois candidatos.
Porém, urnas apuradas, Octavio Brandão foi eleito e Minervino... quase. 197 votos, apenas, o separavam do último candidato eleito. Mas como do azar de uns advém a sorte de outros, um dos eleitos morreu num acidente de carro, dias depois, e Minervino entrou na Câmara.
No jornal oficial do PCB, “A Classe Operária”, veio estampado, em letras imensas: “Vitória! Vitória! Pela primeira vez na história do Brasil, após 428 anos de luta, os trabalhadores abrem uma brecha nas formidáveis muralhas do legislativo e penetram na cidadela inimiga para iniciar uma política de classe independente”.
No dia da posse, um escândalo: na hora do juramento, quando deviam dizer “Prometo manter, cumprir com lealdade e fazer respeitar a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Distrito Federal, as leis emanadas do Conselho Municipal”, os dois comunistas acrescentaram uma pequena frase: “submetemos, porém, essas disposições aos interesses do operariado”.
No país inteiro não se falou de outra coisa.
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