Outro dia falei aqui sobre o crescimento do gasto público com políticas sociais no Brasil de Lula. Na prática, Lula efetivou conquistas da Constituição de 1988 – não por simples acaso apelidada de Constituição Cidadã –, notadamente em questões referentes à seguridade social (saúde, previdência e assistência social).
Esse gasto, também chamado de gasto social, ou gasto social agregado, alcança 23% do PIB, quase 10 pontos percentuais a mais do verificado em 1985 (13,3%). Isso significa que a cada R$ 4,00 gastos no país, R$ 1,00 encontra-se vinculado diretamente à economia social. E esse valor, na verdade, é muito maior, porque o gasto social, justamente porque incide diretamente sobre uma economia do dia-a-dia e espraiada pelos lugares mais distantes e improváveis, tem um efeito de elasticidade muito grande.
Em síntese, evoluímos muito – o que não quer dizer que evoluímos o suficiente.
De acordo com dados produzidos pelo Ipea, no ano de 2008 os 10% dos brasileiros mais pobres chegavam a ter 25% do seu orçamento familiar provindos de transferências monetárias do poder público – e aqui não me refiro somente ao Bolsa Família e congêneres, mas à soma das despesas públicas previdenciárias. Em 1978, esse percentual era de, somente, 7%.
E essa política não valorizou somente as camadas mais pobres. No topo da pirâmide social, onde ficam os 10% dois brasileiros mais ricos, as transferências monetárias respondiam, em 2008, por 18% do rendimento per capita das famílias, contra 8% em 1978, o que significa um aumento de 2,2 vezes.
O impacto dessa política pode ser sintetizado da seguinte maneira: sem as políticas de transferências previdenciárias e assistências o país teriam 40,5 milhões de pessoas com um rendimento de até 25% do salário mínimo a menos em seu orçamento familiar.
Isso seriam o suficiente para catapultar 21,8 milhões de pessoas para baixo da linha da pobreza.
Isso me parece o suficiente para votar em Dilma.
Aliás, isso faz parecer evidente que Dilma vai ganhar estas eleições.
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