Penso que vivenciamos um processo semelhante ao que está prestes a ocorrer em São Paulo aqui no Pará. Ou seja, um processo de desmontagem intelectual da emissora pública.
Acompanhei os esforços da professora Regina Lima para expandir o sinal da Funtelpa e renovar suas condições de operação, adquirindo equipamentos de captura, transmisores e antenas. Eu mesmo, quando na secretaria de Comunicação, fui ao Ministério das Comunicações, por três ou quatro vezes, para solicitar novas concessões de operação para a TV Cultura.
Porém, no que se refere ao conteúdo e ao patrimônio intelectual da emissora, minha opinião é de que a gestão atual, efetivamente, não fez o que devia.
Que seria isso? Que seria fazer o que devia? Penso que, basicamente, apresentar um projeto de conteúdo.
Isso demandaria contar com o corpo técnico da emissora, profissionais de longa data e com mais do que experiência: com afeto, ou seja, compromisso para com a casa e para com o campo da comunicação, no Pará. Sei disso porque conheço muitos desses profissionais – e, mesmo que os não conhecesse, é perceptível, por meio do próprio conteúdo da emissora, seu comprometimento com a Funtelpa.
Isso para bem além de posições ideológicas que possam ocupar (ou não) no jogo político. Aliás, em se tratando de patrimônio intelectual é uma indignidade falar-se sobre espectro político.
E coloco essa crítica, já colocada várias vezes no PT e, algumas vezes, no governo, levando em consideração algo que a própria governadora repetiu infinitas vezes – a idéia de que “este é um governo que sabe reconhecer seus erros”.
Comentários
Linda Ribeiro
é bom ver que alguém finalmente se manifestou sobre esta questão, muito grave por sinal. Antes tínhamos uma emissora que não chegava para a maior parte do Pará.. hoje ela chega e o que o telespecador recebe? A Linda disse muito, mas ainda é pouco para se traduzir o que aconteceu e vem acontecendo na emissora... Continue sua reflexão. Nós, o capital intelectual "dispensado" da Funtelpa, agradecemos!
Não acho tarde. E pergunte se alguém na Funtelpa acha tarde...
Independentemente disso, quando fui secretário de Comunicação discuti a Funtelpa sim. Desde o 1o momento. Aliás, desde antes de ocupar a pasta, pois escrevi relatórios sobre o assunto quando ocupei a coordenação da Câmara de Políticas Socioculturais, antes de ser destacado para cuidar da comunicação.
No entanto, lembre-se de uma coisa: a gestão da Funtelpa está a cargo da Funtelpa, e não da Secom, da Secult ou mesmo da Casa Civil e Gabinete.
antes tarde do que nunca. o que se espera agora é resultados. nunca antes na história deste Estado vimos a Funtelpa tão desmantelada, tão mal administrada, dirigida e presidida por uma voz isolada... deu no que deu e não foi por falta de aviso... aos poucos, todos os de bom senso foram dando adeus a tudo que construíram ali, porque não podiam compactuar com a própria ruína.. uma pena, uma lástima.. se houve um lado podre na comunicação desse governo, lá está ele morrendo à míngua... Parabéns, Fábio, parabéns mesmo por levantar esta voz e que ela seja ouvida!
Obrigado pelo incentivo. Vamos continuar a discutir a Funtelpa? Conto com vocês.