Pular para o conteúdo principal

Para começar a discutir a Funtelpa 2

Penso que vivenciamos um processo semelhante ao que está prestes a ocorrer em São Paulo aqui no Pará. Ou seja, um processo de desmontagem intelectual da emissora pública.
Acompanhei os esforços da professora Regina Lima para expandir o sinal da Funtelpa e renovar suas condições de operação, adquirindo equipamentos de captura, transmisores e antenas. Eu mesmo, quando na secretaria de Comunicação, fui ao Ministério das Comunicações, por três ou quatro vezes, para solicitar novas concessões de operação para a TV Cultura.
Porém, no que se refere ao conteúdo e ao patrimônio intelectual da emissora, minha opinião é de que a gestão atual, efetivamente, não fez o que devia.
Que seria isso? Que seria fazer o que devia? Penso que, basicamente, apresentar um projeto de conteúdo.
Isso demandaria contar com o corpo técnico da emissora, profissionais de longa data e com mais do que experiência: com afeto, ou seja, compromisso para com a casa e para com o campo da comunicação, no Pará. Sei disso porque conheço muitos desses profissionais – e, mesmo que os não conhecesse, é perceptível, por meio do próprio conteúdo da emissora, seu comprometimento com a Funtelpa.
Isso para bem além de posições ideológicas que possam ocupar (ou não) no jogo político. Aliás, em se tratando de patrimônio intelectual é uma indignidade falar-se sobre espectro político.
E coloco essa crítica, já colocada várias vezes no PT e, algumas vezes, no governo, levando em consideração algo que a própria governadora repetiu infinitas vezes – a idéia de que “este é um governo que sabe reconhecer seus erros”.
  

Comentários

Anônimo disse…
A maior desmontagem, professor Fábio, foi a emocional, a desmontagem da autoestima profissional, de quem acreditou que seria diferente. Se alguém fizer um estudo de caso, na Funtelpa, vai definí-la como uma empresa doente, com servidores hipertensos, safenados e deprimidos. Essa, sem dúvida, professor, foi maior desmontagem e a mais difícil de reparar.
Linda Ribeiro
Anônimo disse…
Caro Fábio,

é bom ver que alguém finalmente se manifestou sobre esta questão, muito grave por sinal. Antes tínhamos uma emissora que não chegava para a maior parte do Pará.. hoje ela chega e o que o telespecador recebe? A Linda disse muito, mas ainda é pouco para se traduzir o que aconteceu e vem acontecendo na emissora... Continue sua reflexão. Nós, o capital intelectual "dispensado" da Funtelpa, agradecemos!
Anônimo disse…
Ah, professor Fábio! O sr. não acha um pouco tarde para a sua reflexão? Afinal de contas o sr. foi Secretário de Comunicação do governo e a Funtelpa, subordinada à sua secretaria, agonizava sozinha. É claro que o sr. sabia o que estava acontecendo e nada fez pra evitar a derrocada. Seria mais coerente se o sr. assumisse a co-autoria. Refletir,agora, é tarde, professor. Talvez, tarde demais pra essa gestão.
hupomnemata disse…
Ao anônimo das 11h51:

Não acho tarde. E pergunte se alguém na Funtelpa acha tarde...

Independentemente disso, quando fui secretário de Comunicação discuti a Funtelpa sim. Desde o 1o momento. Aliás, desde antes de ocupar a pasta, pois escrevi relatórios sobre o assunto quando ocupei a coordenação da Câmara de Políticas Socioculturais, antes de ser destacado para cuidar da comunicação.

No entanto, lembre-se de uma coisa: a gestão da Funtelpa está a cargo da Funtelpa, e não da Secom, da Secult ou mesmo da Casa Civil e Gabinete.
Anônimo disse…
Amigos,

antes tarde do que nunca. o que se espera agora é resultados. nunca antes na história deste Estado vimos a Funtelpa tão desmantelada, tão mal administrada, dirigida e presidida por uma voz isolada... deu no que deu e não foi por falta de aviso... aos poucos, todos os de bom senso foram dando adeus a tudo que construíram ali, porque não podiam compactuar com a própria ruína.. uma pena, uma lástima.. se houve um lado podre na comunicação desse governo, lá está ele morrendo à míngua... Parabéns, Fábio, parabéns mesmo por levantar esta voz e que ela seja ouvida!
hupomnemata disse…
Caros Linda e Anônimos,
Obrigado pelo incentivo. Vamos continuar a discutir a Funtelpa? Conto com vocês.

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”