Em 2010 entraram no Brasil 48,4 bilhões de dólares em investimentos internacionais. Mais que isso, entre os emergentes, só na China. É o investimento direto estrangeiro (o chamado IDE), a soma da entrada líquida de recursos externos na modalidade de participação em capital mais empréstimos intercompanhias.
A marca superou o volume pré-crise internacional, obtido em 2008, de 45,1 bilhões de dólares. Para entender melhor a importância dos fluxos de IDE, basta dizer que eles foram suficientes para financiar o expressivo rombo nas contas correntes de 47,5 bilhões de dólares em 2010.
Porém, nem tudo é festa. Como se sabe, dinheiro entra e dinheiro sai. E, não bastando a redução do superávit comercial, houve, em 2010, importante elevação das remessas de lucros e dividendos realizadas pelas empresas estrangeiras para suas matrizes, cerca de 30 bilhões de dólares.
As remessas já haviam crescido de forma expressiva em 2008, no auge da crise internacional, quando atingiram o patamar de 33 bilhões de dólares. Mas era crise. As grandes corporações transferiam seus fluxos de caixas de suas filiais para as matrizes. Em 2009, embora as remessas tenham se reduzido para 25 bilhões de dólares, superaram a própria entrada de IDE.
Em 2010 as remessas saltaram para 30 bilhões de dólares. Em que pese a entrada recorde de capitais, o saldo de meros 8,4 bilhões assusta. Algo a refletir.
Comentários