O Partido Social Democrático (PSD), lançado ontem em São Paulo, apenas comprova que os componentes da direita brasileira, no seu fisiologismo atávico, não conseguem viver longe do poder. Cada forma efêmera que a volúvel velha Arena tomou, em suas inúmeras mudanças de nome e subdivisões (PDS, PFL, DEM, etc) apenas serviu para reconfigurar a velha estratégia de adaptar-se ao poder vigente. É o que volta a acontecer: percebendo que sua tradicional aliança com o PSDB não garantia mais os cargos e os acordos que lhe davam razão de ser, parte do DEM forma um novo partido para justificar sua necessidade de apoiar o governo Dilma.
O novo partido está estruturado em 12 princípios de centro-direita. Entre eles, estão a defesa da livre iniciativa, da liberdade individual, o respeito aos contribuintes e do direito de propriedade e o respeito a contratos. A nova legenda, articulada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, defende também o voto distrital. Em uma das poucas concessões a uma plataforma de esquerda está o apoio a programas voltados às famílias carentes.
Mesmo assim, com sua ideologia à direita e com "concessões" à esquerda, apóia Dilma.
É essa a direita brasileira: fisiológica e volúvel.
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