O dinamismo do fenômeno social observado, com essa razão interna, teria, a meu ver, um equivalente na noção benjaminiana de tempo-já, ou melhor, agoridade, à qual se refere à fulguração de um futuro nos atos do presente, ou melhor, no sonho em relação ao futuro, a uma situação de futuro, como força capaz de concentrar as energias do presente. Para Walter Benjamin, a agoridade seria uma suspensão espontânea do real com o fim de alcançar o verdadeiro.
Como disse, tento descrever, ou fotografar, um momento em seu curso. Na trajetória da minha observação, procurei situar, a princípio, o espaço-objeto – a intuição da fronteira em seu momento de constituição. Em seguida, procurei situar, nessa fronteira, minha trajetória de observação, precisando meu contato com tudo aquilo que constitui a moderna tradição amazônica. Sem ilusões de objetividade, pretendi, reunir os fragmentos de uma realidade. Mapeada a fronteira, com suas intuições, procurei organizar as impressões havidas, como a constituir uma cartografia dessa zona fronteiriça imprecisa.
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