Pular para o conteúdo principal

Suicidio entre jovens: uma epidemia secreta e silenciosa

Reproduzo uma informação que tende a permanecer obscura, por puro preconceito, do poder público e das pessoas, em geral, de enfrentarem o problema: as elevadas taxas de suicídios entre jovens.

Para começar a conversa: é no Brasil - entre outros países - e não no Japão ou nos países nórdicos, como diz o senso comum, que estão as maiores taxas de suicídios entre jovens. É preciso saber e admitir esse fato e superar esse discursos ridículo e bairrista de que brasileiro "é tão feliz e alegre" que não pensa em suicídio.

Uma série de estudos publicada no periódico "Lancet" chama a atenção para esse assunto. Segundo um dos artigos, essa é a primeira causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos. Entre os homens, o suicídio ocupa o terceiro lugar, depois de acidentes de trânsito e da violência.

No Brasil, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens, ficando atrás de acidentes e homicídios. Há alguns anos, essas taxas eram maiores entre idosos, mas elas vêm aumentando incrivelmente entre jovens, nos últimos anos.

Entre os jovens, a taxa multiplicou-se por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4 a cada 100 mil pessoas.

Segundo o estudo, os adolescentes evitam procurar ajuda por temerem o estigma e que rumores sobre seus pensamentos suicidas se espalhem pela escola.

Há outra mudança no perfil dos que cometem suicídio. O risco, que sempre foi maior entre homens, tem aumentado entre as meninas.

Segundo Meleiro, isso se deve a gestações precoces e não desejadas, prostituição e abuso de drogas.

SILÊNCIO

O problema, porém, é negligenciado, como mostram dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade afirma que os casos de suicídio aumentaram 60% nos últimos 45 anos e que 1 milhão de pessoas no mundo morrem dessa forma por ano.

No Brasil, estima-se que ocorram 24 suicídios por dia. O número de tentativas é até 20 vezes maior que o de mortes.

O gráfico abaixo sintetiza o problema:


Comentários

Anônimo disse…
Caro Blogueiro. Este éum assunto sério. Em Belém, este ano, já aconteceram vários suicídios entre jovens. Filhos de médicos, assistentes sociais, advogados já sucumbiram a este mal. É preciso revelar esta situação urgentemente para que o poder público possa ajudar. Não dá mais para silenciar. A Rede Globo não permite a divulgação em seus telejornais de mortes por suicídio. É até compreensível ´para não estimular ainda mais essas mortes. Porém é fundamental se discutir este assunto, antes que pequemos pelo silêncio. E isso se transforme em mais uma tragédia nacional.

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”