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Quando uma cidade
conservadora, das mais conservadoras e miseravelmente direitistas do pais,
Florianópolis, vem às ruas em massa para pedir a queda do governo usurpador
tem-se um sinal de que os enfrentamentos do usurpador são bem maiores do que os
que o PT ou a frente de esquerda lhe apresenta.
O que aconteceu em Florianópolis é sinal de que os zumbis da classe média, que não entendem muito de política e que, sobretudo, não percebem como são manipulados pela mídia e pelos discursos de ódio, começam a mudar de lado e, em vez de gritar Fora Dilma, passam a gritar, muito empolgados, que Fora Temer!
Em síntese: tem gente
de direita dizendo Fora Temer. É claro que a leveza ideológica da direita
brasileira ia dar nisso: bastaria um rastilho de pólvora, de uma hora para
outra, para fazê-la se virar contra o governo golpista que apoiou.
Esse é o elemento que faz a balança pesar para o outro lado. E isso sem contar os outros elementos da conjuntura política que, em diferentes graus e por diferentes razões, desejam sangrar Temer ou mesmo tirá-lo do jogo. A começar pelos tucanos, sempre carniceiros, doidos para expurgar Temer e ocupar o poder – a turma do
fogo amigo, que não para de cobrar a conta e de passar mensagens de
intimidação. E também sem contar o pessoal barra pesada da Fiesp e da mídia,
querendo apressar a todo custo o fim dos direitos trabalhistas e que pode descartar Temer, se isso parecer necessário para alcançar seus interesses - por exemplo, com César Maia alçado à presidência...
Nessa conjuntura é
grandemente provável que mais gente ganhe as ruas, mais o governo perca a linha
e que, em conseqüência, a violência policial corra solta, se multiplique.
Crise e mais crise. E
que bom! É com a crise que vamos abrir caminho para eleições imediatas e
diretas.
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