O parlamento francês aprovou, há duas semanas, um projeto de lei que proíbe o uso da burca em lugares públicos. Essa lei é um imenso equívoco. À pretexto de defender o direito feminino de não se deixar subjugar por práticas machistas, a lei toma, das mulheres, o direito, por sinal básico, da livre expressão, inclusive religiosa e, inclusive, étnica. À pretexto de defender a pluralidade social, essa lei idealiza uma padronização da sociedade, podendo levar a uma situação de isolamento cultural. O governo francês deveria perceber o que está na frente de seus olhos, algo que não vê porque está tomado por preconceitos culturais: nem o espaço público e nem as pessoas são “neutros” em relação à cultura. Por isso, usar a burca não significa, necessariamente, obrigatoriamente, ter uma condição submissa em relação aos maridos e pais. Usar a burca na França não vem a ser, exatamente, a mesma coisa que usar a burca em países que possuem leis que defendem a violência masculina machista. Essa lei encapuça um país que já deu ao mundo exemplos históricos de tolerância, escondendo dos franceses uma realidade que poderia ser considerada maravilhosa, viva e intensa se não fosse sua pretensão inócua e conservadora à homegenização. Refiro-me à realidade do multiculturalismo. A cultura é um rio que passa. Tudo muda, tudo fica para trás, porque isso é a condição para que outras coisas venham e aconteçam.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de
Comentários
Por mais idiota que seja minha fala agora, digo: tinha exatamente a mesma opinião. Foi algo como jogar a favor com argumentos contra. Nessa situação os franceses foram mais franceses que o normal.
Lindalva.
Glauber
Veja o link abaixo, tem um presente pra vc.
Abs!
zcarlos
http://contextolivre.blogspot.com/2010/08/selo-de-ouro.html
Autodeterminação não se pode confundir com Predeterminação dos Povos, o primeiro é legítimo, o segundo, papo de elite que busca justificação pro seu poder.
No Afeganistão, Paquistão e Irã (que sou totalmente a favor de dominarem o núcleo atômico), a predeterminação é instrumento de opressão, como muitos opressores já o fizeram na história.
E por falar em autodeterminação dos povos, a França apenas exerceu este princípio.
Mutilação Vaginal, que consiste em retirada do clitóris para que a mulher não sinta orgasmo, e, assim, se torne pura e possa casar, ou a penetração pelo pai, ou outro da família, no 1º dia da 1º menstruação da mulher (8/9/10/11/12 anos) em algumas "culturas", por exemplos, são crimes no Brasil, e nem precisa de lei específica que diga isto (mas se precisar, serei o primeiro a defendâ-la).
Ps.: Meu pai diz sempre que este blog é leitura diária dele, pois é muito bom. Vou navegar pela'qui pra ver do que ele diz.