Por outro lado, é também interessante a votação recebida por Marinor Brito, candidata ao Senado pelo PSOL.
727.395 votos, sete vezes mais que os 107.096 votos do candidato desse partido ao governo, Fernando Carneiro, dizem muito. E cabe lembrar que a candidata ao Senado pelo PSOL, em 2006, Neide Solimões, obteve apenas 21.698 votos.
De onde vêm esses votos?
De uma camada social mediana predisposta a votar no PT, quando encontra, no PT, projeto, coerência, disposição para o debate e dterminação.
É uma camada que está fora dos 25% de votos que, naturalmente, caminham para o PT e que, portanto, precisa ser conquistada.
A votação em Marinor, sem demérito à candidata, que apresenta um perfil político claro e um crescimento eleitoral constante, nos últimos anos, tem ares de segundo voto desbastado.
Ou seja, do voto com esse perfil mais à esquerda mas sem vínculo partidário definido, que demanda projeto político, alguns argumentos críticos e certa coerência. É o mesmo padrão de voto que vai para o Jordy (PPS) e, no campo do PT, para o professor Alfredo Costa.
É um voto no candidato que agrega discussão com equilíbrio, num certo ar de civilidade.
Esse eleitor é um padrão crescente na cena eleitoral paraense. Paulo Rocha tinha tudo para alcançá-lo, tarefa necessária para superar o 25% dos votos petistas e garantyir sua eleição.
Paulo tem conteúdo para isso e é aguerrido. Facilmente encarnaria o PT profundo, combatente, mas com projeto e com ponderação, elementos que seduzem essa parcela do eleitorado.
O que atrapalhou foi a estratégia de marketing utilizada para comunicar o candidato. Péssima. Absolutamente desastrada. Uma estratégia que privou o candidato de trazer idéias, soluções e que ficou baseada em depoimentos longínquos e deslexos destinados a humanizar o candidato e a uma infame infantilização do seu pedido de voto (refiro-me à musiquinha meio “atirei o pau no gato, lá-lá-lá” que fizeram para ele).
Ao menos uns 200 mil desses votos, por baixo, poderiam ter ido para ele, não fosse essa estratégia de marketing desastrada. Lições que doem, mas que ensinam.
Comentários
abraços
Alan Araguaia