Pular para o conteúdo principal

Sobre as campanhas do Sim e do Não 2

Também acrescento algumas outras coisas básicas que o Não não está fazendo e que deveria fazer – e já:
  • Deveria derrubar logo esse cálculo que o Sim em torno das transferências de recursos federais aos estados; é um cálculo errado, mas está colando; 
  • Deveria mostrar que, ainda que o volume das transferências subisse, as despesas também subiriam;
  • Deveria bater na tecla da corrupção: deveria mostrar “quem está de olho”  nas riquezas do Pará; quem está de olho no volume das transferências federais; quem está de olho nos cargos públicos criados, etc; 
  • Deveria fazer um fala povo, e mostrar gente de todo o estado falando contra a divisão; 
  • Deveria fazer analogias claras. Por exemplo, mostrar a catástrofe administrativa que é o Amapá: deveria mostrar as operações da Polícia Federal acontecidas no ano passado lá e que prenderam boa parte do Legislativo, do Executivo e até do Judiciário desse estado; 
  • O Amapá é uma grande analogia: o Não deve mostrar também o caos que é o sistema de saúde do Amapá e lembrar que a população desse estado, por pura ausência de saúde pública em seu plano mais elementar, vem se tratar em Belém; 
  • Aliás, deve mostrar que o antigo hotel Zoghbi, no Comério, virou um albergue para receber os cidadãos desse estado e que precisam vir se tratar em Belém; simplesmente porque a corrupção local, historicamente, desvia recursos carimbados (!) para a saúde; 
  • Outra analogia possível e necessária é com Roraima: o Não deve dizer que, nos últimos 30 anos, seguindo a tendência contrária de todos os outros estados brasileiros, e por pura corrupção local, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres aumentou em 22%,  enquanto que a media nacional foi de uma redução, nessa diferença, de -22%; 
  • É fundamental perguntar o velho “a quem interessa?” a divisão, mostrar os interesses privados por trás disso; 
  • Se tiver coragem, mostrar a ficha sujíssima dos políticos comprometidos com a divisão.

Comentários

Anônimo disse…
É caríssimo professor, se vê bem que o sr. vota NÂO!
Anônimo disse…
Vamos ver se a campanha do NÂO muda. Dê agora umas dicas para o SIM melhorar. A campanha tá linda... mas como o sr. disse, pode cansar.
Anônimo disse…
Se claramente o professor vota no NÃO, pq ele daria dicas para o SIM melhorar? aff... Talvez para ser coerente com sua carreira de professor! Mas só isso não basta para "ajudar" o SIM.
Anônimo disse…
Ei, Anônimo das 14:06, o professor Fábio não está "dando dicas", está fazendo comentários, que são oportunos e equilibrados, até mesmo para que o Não entre nos eixos e supere suas disputas internas, que estão fazendo um estrago dando e que podem prejudicar o resultado do plebiscito. Se vc não é capaz de entender isso, é porque para você só vale o Não pelo Não, o Não porque Não, o debate raso e superficial, que é justamente o que o professor está criticando. Vê se te toca.
Dr. Abel.

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”