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Mostrando postagens de fevereiro, 2005

Sex’nd’pop

Que relação entre o pop e o sexo ? A quanto posso lembrar, Elvis Presley se tornou um mito porque fazia um pequeno e sugestivo movimento dos quadris, enquanto interpretava suas primeiras baladas, ainda nos anos 1950. . Ora, outros movimentos, igualmente sugestivos, fizeram a fama de Madonna. De Presley a Madonna há uma distância breve, que inclui o pop negro americano, as boys bands inglesas e o hip-hop gay. Elvis (Pélvis, para alguns) iniciou essa relação com uma cançãozinha piegas: “Treat me like a fool”. O segundo passo foi dado pelos músicos negros americanos, notadamente Chuck Berry e Little Richard – “Tutti-frutti”. O terceiro, e decisivo, por Mike Jagger, que refundou a figura da androgenia e demarcou a todas as posturais musicas – e sexuais – da “swinging London” dos anos 1960. Não longe desses códigos, é preciso citar Hendrix e Joplin, que construíram suas imagens sociais centradas no mito da relação entre seus dons musicais e suas habilidades sexuais. Não obstante seu talento

Ludwig 5 horas

Ludwig é uma espécie de filme museu, com reserva técnica e que precisa de visita guiada. A versão alemã, original, de 1983, tem 2h10. A inglesa, de 1995, tem 3 horas. Vai estrear a versão italiana: 5 horas de duração. Quando o filme foi lançado, Visconti já tinha morrido (em 1976). Vai saber o que estava na sua mente. Esta última versão tem uma aura de “verdadeira”, porque é italiana, talvez; ou porque foi montada por Ruggerio Mastroiani e Sus d’Amico, montador e roteirista célebres e que conviveram com o mestre. Quando possível, a veremos de bom grado, talvez com o prazer de acompanhar as novidades provindas da reserva técnica desse filme museu. Quando o vi, em vídeo, achei o melhor filme de Visconti. Hoje não acho mais. Prefiro Senso – e já preferi O Leopardo, também, por sinal. Porém, aguardo para ver a nova versão, e como quem vai ao museu. Viscontianos, ainda um pequeno esforço... Ainda defendo a tese de que V. é um cineasta que fala das fronteiras: das fronteiras de época, de cla

Puschkin e suas razões

. Inicio a correção de redações do vestibular. Chove muito e o trabalho é estafante. Somos 25 professores na banca, felizmente dois amigos sentados proximos: Livia e Otacilio. Uma incompreensivel vontade de ler (a tudo, mesnos a redações) me ocupa o espirito desde que entro na sala. E isso todos os dias. E compreensivel. Leio O Cavaleiro de Bronze.

Puschkin

O CAVALEIRO DE BRONZE Conto de Petersburgo . INTRODUÇÃO Na margem das ondas desertas Cismava ele uma alta ideia, Olhando o longe. Em frente as águas Corriam, largas mísera barca Sulcava o rio solitária. Negrejavam izbás pelas abas Musguentas e empantanadas, Couto do finês indigente; E as brenhas, virgens dos raios Do sol oculto na neblina, A toda a volta restolhavam. Cismava ele: Será aqui erguida uma cidade Para arremeter o Sueco, Ai do vizinho emproado. Destinou-nos a natureza Rasgar aqui uma janela Para a Europa, os pés fincar À beira-mar. Pelas ondas novas Singrarão todas as bandeiras E ao largo iremos festejar. Cem anos correram e ergueu-se Da lama e do brejo escuro A urbe moça, em fausto e orgulho, Da meia-noite a maravilha; Onde o fínico pescador, Triste enteado da natura, Sozinho nas ribas avaras, Dantes lançava as redes gastas Às obscuras águas, hoje Pelas vivas margens fervilhantes Montoam-se esbeltos gigantes De palácios e torres; barcos Do mundo inteiro em chusma Acorrem ao