Album de retratos. Relembrando da tia Alice: “perguntas muito bem, ... mas não sabes a quem!” Quando eu era criança, tal como em tantas famílias de Belém, o mês de outubro era especial, tanto pelo Círio quanto pela vinda de parentes que moravam fora, para passar conosco o Círio. Eu tinha vários tios-avós que migraram de Belém, se instalando no Rio ou em São Paulo, e era esse o caso da tia Alice. Era muito especial receber toda essa gente, e mais seus filhos, e as vezes seus netos. Era sem dúvida a melhor parte do ano. A casa triplicava de habitantes, e junto com eles vinha junto uma procissão de fantasmas, presentes nas histórias e nas memórias que meus tios traziam. Para mim, que colecionava a memória dos outros e que, tal como Irineu Funes, o personagem de Borges, possuía a faculdade de uma memória ablusiva, que apenas acumulava, sem nada perder, era um momento especial para ouvir e aprender. Tia Alice era uma razoável contadora de histórias, mas, sobretudo, era uma formadora